segunda-feira, 17 de junho de 2013

Uma questão de prespetivas.

Todas as manhãs sou arrastada pelas horas, como se estas fossem uma corrente feroz que levasse o rio às grandes cascatas. Dou por mim a relembrar momentos que nunca se voltarão a repetir, e sinto que a vida é nada mais, nada menos, que uma mão fechada cheia de areia, que quando se começam a abrir os dedos, os pequenos grãos de areia escorrem tão rápido que parece que estão a ser libertados de uma vida inteira de escravidão. Não somos todos um pouco como os grãos de areia? Andamos em correrias, a tentarmo-nos libertar daquela mão gigante que nos agarrou a nós e a todos os outros. Não estamos sozinhos, quer dizer... Haverão dias em que te poderás sentir sozinho com milhares de grãos de areia à tua volta.
Provavelmente seria muito mais seguro teres ficado na mão fechada, sabias que lá não encontrarias as desilusões da praia... Ao mesmo tempo, se não tivesses saído, jamais saberias o que era o pôr-do-sol, jamais tinhas visto a areia quente na praia que está submersa por um vasto oceano, do qual existem segredos que só o mar te pode contar, com as brisas que te batem na cara e se desviam para os ouvidos, querendo chamar-te, mesmo que não consigas interpretar. E que tristeza, não teres podido conhecer as gaivotas apaixonadas pelo ar, e as tartarugas a dar à luz.
Não consegues ver a utilidade de poderes criar rochas magníficas que acabam por ser pontos turísticos do mundo humano. Não consegues tu ver que para viver é necessário ter sempre várias prespetivas?


És apenas um grão de areia no meio de tantos, eu sei, mas estás à espera do quê para criar as tuas próprias prespetivas?
 
 
Joane Marie♥


Sem comentários:

Enviar um comentário